Cirurgia de Lipedema: o que é, quem pode fazer
O lipedema é uma doença do tecido adiposo (células de gordura) frequentemente confundido com sobrepeso e obesidade. Trata-se de uma condição crônica, sem cura, mas com opções de tratamento que ajudam a controlar os sintomas e a progressão. A cirurgia de lipedema é uma dessas alternativas.
O primeiro passo é entender o que é o lipedema. Assim, fica mais claro saber o que é a cirurgia de lipedema e para quem ela é indicada. Siga a leitura!
O Lipedema
O lipedema é caracterizado por uma alteração do metabolismo das células adiposas, causando um acúmulo anormal de gordura nas pernas, coxas, culotes e até nos braços.
A causa da doença ainda não foi totalmente esclarecida, mas há evidências de fatores genéticos e hormonais, que podem ser despertados e agravados por hábitos de vida.
No lipedema, a gordura tem aspecto de nódulos, e deixa a pele com textura “borrachosa” e excesso de flacidez. E o pior, ela não desaparece com dieta.
Os sintomas do lipedema
- Excesso de gordura em ambos os membros
- Formação de “bolsões” e tornozelo com aspecto de “garrote”
- Hipersensibilidade ao toque
- Flacidez e perda da elasticidade da pele
- Dores ao caminhar
- Edema e fácil formação de hematomas
- Formação de nódulos visíveis e palpáveis
- Início dos sintomas na puberdade, gestação ou menopausa
O diagnóstico é feito pela avaliação clínica do médico, a partir das queixas, do exame físico e do histórico do paciente. Podem ser realizados exames de imagem complementares, para investigar a extensão da doença.
Tratamento do lipedema
O lipedema não tem cura e exige terapias multidisciplinares para aliviar os sintomas e evitar o agravamento. Elas podem envolver nutricionista, endocrinologista, cirurgião vascular e plástico, fisioterapeuta, treinador físico, psicólogo e dermatologista, por exemplo.
Existem duas abordagens de tratamento: conservador e cirúrgico.
Tratamento conservador do lipedema
Essa abordagem do tratamento inclui:
- Monitorar a saúde hormonal
- Controlar o peso
- Dieta anti-inflamatória
- Prática de atividade física regular
- Fisioterapia
- Drenagem linfática
- Uso de meias de compressão
- Medicamentos
Quando a cirurgia de lipedema é indicada?
A cirurgia de lipedema pode ser indicada já no estágio inicial da doença, contribuindo para evitar a progressão aos estágios mais severos. Pode também ser associada ao tratamento conservador, quando este não apresenta alívio satisfatório dos sintomas.
A técnica cirúrgica utilizada é a lipoaspiração tumescente. É um procedimento no qual o cirurgião plástico remove seletivamente as células adiposas doentes e o excesso de gordura das áreas afetadas. A distinção entre tecido doente e células normais é feita pelos exames de imagem pré-cirúrgicos, quando se observa o padrão de crescimento das células.
Pode ser associada à lipoaspiração tumescente a lipoaspiração a laser, para amenizar a flacidez da pele e, em casos com flacidez acentuada, pode ser indicada a remoção do tecido excedente.
É comum que a cirurgia seja realizada em etapas, com intervalos de cerca de 6 meses, principalmente, em casos mais avançados de lipedema. Esse processo visa respeitar o limite de segurança para remoção de gordura do paciente (de 5% a 7% do peso corporal).
Quem pode fazer a cirurgia de lipedema?
A indicação da cirurgia é feita pela equipe médica que acompanha o paciente.
O paciente precisa estar em boas condições de saúde e apresentar exames pré-operatórios de sangue, cardiológico, ressonância magnética, linfocintilografia, ultrassom com doppler, bioimpedância, DEXA, entre outros que se fizerem necessários.
O lipedema pode voltar depois da cirurgia?
As células de gordura doentes removidas não voltam a crescer. No entanto, não é garantido que todas elas sejam aspiradas. As remanescentes podem levar ao surgimento da doença novamente. Além de outras células que podem adoecer, uma vez que a doença tem fator genético.
É por isso que o tratamento não se encerra com a cirurgia. É preciso manter cuidados com a alimentação, o controle do peso e o monitoramento com a equipe que acompanha o paciente.
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